Page 6 - Agenda Municipal de Julho/Agosto
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Sabia que...











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                           Sabia que
       no ano de 1899 a Nazaré

                    nha um jornal
                       com o nome

         “O Povo da Nazareth”?
                                                 Arquivo Biblioteca da Nazaré - cole vidade popular
                                                 Jornal O POVO DA NAZARETH - Semanário independente
                                                 Quinta-feira,17 Agosto de 1899, n.º7, 1º Anno




                   Leia uma no cia               Nazareth, 16 Agosto
                 onde se descreve                A Hora dos Banhos

                a hora dos banhos                   “São numerosas e variadas as scenas encantadoras que esta formosíssima
                                                 praia proporciona aos seus frequentadores, mas d´entre ellas o que sem duvida
                no mês de Agosto,                mais a rae a atenção é o movimento ma nal, propriamente chamado a hora dos
                                                 banhos, conforme representa a nossa gravura de hoje.
               na praia da Nazaré.                  É surpreendente a variedade e o bom gosto das toilletes com que as gen s
                                                 damas caminham triumphantes por entre as alas dos seus admiradores extasia-
                                                 dos, pisando a medo a areia fulgente e indo mergulhar as suas formas divinaes nas
                                                 aguas côr d´esmeralda que veem transformar-se, junto à praia, n´um manto de
                                                 espuma alvinitente.
                                                    Como é deliciosos vel-as acomme er garbosa e arrogantemente as ondas, e
                                                 ora vendo-as submergir-se como sereias seductoras nas aguas verdes do oceano,
                                                 ora vendo-as erguer-se al vas, como graciosos cysnes, cercadas d´uma aureola de
                                                 alvíssima espuma.
                                                    Depois…uma  decepção:  a  re rada  fur va  das  gen s  banhistas  para  as
                                                 barracas, onde  já  de antemão as espera com a confortável toalha e o  lençol
                                                 consolador, a sollicita banheira, cansadas da lucta com o elemento aquoso e
                                                 raivosas para com o traiçoeiro fato, que amoldando-se ao corpo lhes tornou as
                                                 formas menos elegantes, para com o mar que lhes arrebatou o cold-crem e para
                                                 com as ondas que lhes desmancharam os penteados.
                                                    As longas filas de barracas semelham um acampamento de onde em vez de
                                                 sahirem façanhudos guerreiros, se nos deparam esbeltas e gen líssimas damas,
                                                 seguidas dos seus ternos apaixonados com os corações latejantes d´amor e os
                                                 olhares embebidos nas ondas negras ou fulvas dos longos e sedosos cabellos das
                                                 suas bem amadas.”
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